Sophia Fry ficou órfã muito cedo e passou pela mão de diversos tios durante sua adolescência, sempre foi vista como um estorvo e nunca teve amor familiar. A garota vivia sendo escondida por seus familiares e nunca frequentou a sociedade, por isso tinha zero pretensão de uma vida que fosse além de ser governanta ou empregada em algum casa, num futuro bem próximo.
Vincent Hunt recebeu o título de visconde Darleigh após o falecimento de um tio distante, vindo de uma criação humilde, nunca soube muito bem como administrar tudo o que recebeu e acabou deixando a cargo de sua mãe, irmãs e do administrador das terras. A verdade é que além de não saber administrar seus bens, Vincent se afastou de tudo isso por conta de um acidente que sofreu na guerra e que lhe causou cegueira.
Devido a sua nova condição, a família de Vincent está disposta a não deixá-lo sofrer a mingua e busca incansavelmente por uma noiva para o jovem rapaz, isso faz com que ele fuja de suas próprias terras em busca de alguns dias de paz. Durante essa fulga, o visconde vai parar na pequena cidade onde cresceu e lá quase cai nas mãos de outra noiva, dessa vez uma aproveitadora.
É salvo por Sophia, prima da dita-cuja que, devido a sua impertinência, é colocada para fora de casa. Sem rumo, Sophia acaba entrando na vida de Vincent de supetão. Ele, sentindo-se responsável pelo que aconteceu com a garota, acaba lhe dando abrigo e propondo-lhe casamento. O fato é que o não desejado matrimônio por conveniência acaba caindo no colo dos dois e eles o agarram com unhas e dentes, começando então a perceber que talvez o destinado tenha dado uma mãozinha para essa união acontecer.
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Segundo volume da série Clube dos Sobreviventes, Mary Balogh traz a proposta usual do casamento por conveniência em um contexto completamente novo, por ter um personagem deficiente visual. Essa nova ideia deu um visual completamente diferente para a trama, pois a forma descritiva como tudo é abordado faz com que a gente, leitor, se sinta ainda mais parte do livro e conviva de forma comum com os personagens.
A crítica social para com a sociedade da época é feita de forma ferrenha, como é usual da autora. Um dos pontos mais observados é o papel da mulher na sociedade, quando ela traz uma protagonista que é renegada por todos, mas não pode fazer escolhas por si mesma, unicamente por ser mulher.
O romance vai se desenvolvendo de forma bem cálida. Vincent e Sophie vêm de mundos completamente opostos, mas reconhecem as dores um do outro, ele por conta de sua criação e dos acontecimentos durante a guerra e ela devido a precoce morte dos pais. Estabelecem uma relação de amizade que vai crescendo aos poucos, ao mesmo tempo em que dá mais voz aos personagens no decorrer da trama.
A narrativa fluida em terceira pessoa faz com que a leitura seja bem rápida, o desejo de desvendar fatos ocultos do passado dos nossos personagens também fazem com que largar o livro seja quase que impossível. A presença dos personagens secundários tornam a trama mais leve e dá sentido a tudo, temos também os integrantes do Clube dos Sobreviventes e a história acontece em paralelo aos acontecidos do primeiro livro, o que é ainda mais legal de acompanhar.
Estou ansiosa para o próximo volume, especialmente por ser uma série com o diferencial de trazer personagens marcados pela guerra. Para quem curte o gênero, indico muito a leitura, também é uma boa pedida para quem quer começar a ler.
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Já leu algo da Mary Balogh? Me conta aí o que achou, vou adorar saber! Nos vemos em breve.
Beijocas da Barb.
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